Homenagem Paulo Freire

A 37ª Reunião Nacional da ANPEd promoverá a 2ª edição da Homenagem Paulo Freire. A atividade acontece na quarta-feira (7), entre 19h e 20h, no Auditório Garapuvu do Centro de Eventos da UFMG.

Os homenageados foram selecionados a partir de indicações realizadas pelos GTs através de edital, numa articulação entre a ANPEd e a SECADI/MEC.

Homenagem Paulo Freire_Bordado

* Bordado feito pela professora e artista Olinda Evangelista especialmente para a Homenagem Paulo Freire

Em 2012, os associados homenagearam pesquisadores da área da educação, por meio dos GTs e do Forpred, e em 2013 a 36a Reunião Nacional, em Goiânia, promoveu a Homenagem Cora Cora Coralina. Agora a nova edição da Homenagem Paulo Freire propõe o reconhecimento de Movimentos ou Instituições da área da educação que prestaram e prestam valiosas contribuições ao desenvolvimento da Educação Pública como direito de todos. Ao homenagear tais coletivos também marcamos nosso reconhecimento à história de Paulo Freire, educador fundamental para a construção de uma educação comprometida com a justiça, a igualdade e o respeito à vida humana.

Homenagem Paulo Freire_foto_João Marcos Veiga:ANPEd

* Estatuetas da Homenagem Paulo Freire de 2012, durante a 35a Reunião Nacional da ANPEd em Porto de Galinhas (PE).

Os agraciados com a homenagem Paulo Freire nesta 37ª Reunião Nacional da ANPEd são:

  1. Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação – ANFOPE
  2. Centro de Alfabetização Leitura e Escrita – CEALE
  3. Centro de Estudos Educação e Sociedade – CEDES
  4. Comissão Pastoral da Terra
  5. Escola Nacional Florestan Fernandes
  6. Fóruns de EJA do Brasil
  7. Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero – GEERGE
  8. Instituto de Pesquisa Ecológica – IPÊ
  9. Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil – MIEIB
  10. Programa de Estudos e Documentação Educação e Sociedade – PROEDES
  11. Rede Latino americana de Estudos sobre Trabalho Docente – Brasil – Rede ESTRADO – Brasil
  12. Sociedade Brasileira de Educação Matemática – SBEM

 

Breve histórico do movimento e/ou instituição.

ANFOPE – Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação

Representante Indicado: Presidente da Anfope – Iria Brzezinski – PUC-GO

A Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação é uma entidade de caráter político-acadêmico originária do movimento dos educadores na década de 1970, e hoje, é uma Entidade de referência no cenário nacional quando se trata de desenvolver estudos, pesquisas e debates sobre a formação e valorização dos profissionais da Educação. O reconhecimento de sua importância e de suas contribuições se deve, sobretudo, à forma de como vem se posicionando frente aos desafios historicamente colocados no campo educacional. A Associação delimita, desse modo, uma atuação fundamental no debate e análise de políticas educacionais, em particular no campo da formação dos profissionais da educação e na forma de organização dos cursos de formação desses profissionais bem como sua valorização pelas políticas públicas.

CEALE – Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita

Representante Indicado: Diretora do Ceale – Isabel Cristina Alves da Silva Frade – UFMG

O Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) é um órgão complementar da Faculdade de Educação da UFMG, criado em 1990, com o objetivo de integrar grupos interinstitucionais voltados para a área da alfabetização e do ensino de Português.

Dois princípios orientam a integração de suas atividades: compreender o multifacetado fenômeno do ensino e da apropriação da língua escrita, como parte integrante de um processo histórico, político e social e intervir nesse processo, por meio da qualificação de professores das escolas públicas e da divulgação da produção científica sobre o letramento.

Buscando atender a esses princípios, o Ceale conta com a participação de professores de diferentes faculdades da UFMG, de outras instituições de ensino superior e de diferentes redes de ensino. O Centro desenvolve projetos nos campos de pesquisa, ação educacional, documentação e publicação.

CEDES – Centros de Estudos Educação e Sociedade

Representante Indicado: Presidente do Cedes – Ivany Rodrigues Pino – Unicamp

O Centro de Estudos Educação e Sociedade surgiu em março de 1979, em Campinas (SP), como resultado da atuação de alguns educadores preocupados com a reflexão e a ação ligadas às relações da educação com a sociedade. A partir de sua criação, o CEDES passou a editar a Revista Educação & Sociedade, e atualmente edita também os Cadernos CEDES. A ideia primeira de criação do Centro, assim como o primeiro número da Revista, surgiram durante o I Seminário de Educação Brasileira, realizado em 1978, na Unicamp.

A partir do II Seminário de Educação Brasileira, o Cedes passou a organizar, conjuntamente com a ANPED e ANDE, as Conferências Brasileiras de Educação (CBEs). Além destes eventos, o Centro participou de inúmeros movimentos sociais de reorganização do sistema educacional, congressos, encontros, seminários, assim como esteve presente no Fórum Nacional de Educação na Constituinte e do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública.

Comissão Pastoral da Terra 

Representante Indicado: Secretário da Coordenação Nacional – Antônio Canuto – Goiânia

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) nasceu em junho de 1975, durante o Encontro de Pastoral da Amazônia, convocado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e realizado em Goiânia (GO).Foi fundada em plena ditadura militar, como resposta à grave situação dos trabalhadores rurais, posseiros e peões, sobretudo na Amazônia Legal, onde a CPT sempre teve importante atuação. Ajudou a defender as pessoas da crueldade deste sistema de governo, que só fazia o jogo dos interesses capitalistas nacionais e transnacionais, e abriu caminhos para que ele fosse superado.

Ela nasceu ligada à Igreja Católica. No período da ditadura militar, o reconhecimento do vínculo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ajudou a CPT a realizar o seu trabalho e a se manter. Mas já nos primeiros anos, a entidade adquiriu um caráter ecumênico, tanto no sentido dos trabalhadores que eram apoiados, quanto na incorporação de agentes leigos e ordenados de outras igrejas cristãs, destacadamente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB.

Os posseiros da Amazônia foram os primeiros a receber atenção da CPT. Rapidamente, porém, a entidade estendeu sua ação para todo o Brasil, pois os lavradores, onde quer que estivessem, enfrentavam sérios problemas devidos à cobiça sobre a terra e à fragilidade das relações de trabalho. Assim, a CPT se envolveu com os atingidos pelos grandes projetos de barragens e, mais tarde, com os sem-terra. A CPT esteve presente e atuante no processo de criação do MST, depois do MAB, do MPA, do MMC.

Escola Nacional Florestan Fernandes

Representante Indicado: Coordenadora de Política Pedagógica – Rosana Cebalho Fernandes – São Paulo

Situada em Guararema (a 70 km de São Paulo), a ENFF, inaugurada com um grande evento internacional em 23 de janeiro de 2005, foi construída entre os anos de 2000 e 2005, graças ao trabalho voluntário de mais de mil trabalhadores sem terra e simpatizantes.

Sua missão é a de atender às necessidades da formação de militantes de movimentos sociais e organizações que lutam por um mundo mais justo.

Os recursos para a sua manutenção e funcionamento são obtidos por meio de financiamento de projetos nacionais e internacionais, por doações de organizações e movimentos sociais, além da colaboração individual voluntária de um número crescente de mulheres e homens que apoiam o projeto.

Já passaram pela escola mais 24 mil pessoas que participaram de cursos, seminários, conferências e visitas, oriundas de movimentos sociais do campo e da cidade, de todos os Estados do Brasil, de outros países da América Latina e da África.

Oferece cursos superiores e de especialização, em convênio com mais de 35 universidades (por exemplo, Serviço Social e Direito) e mestrado em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe, por meio de convênio com a UNESP e Cátedra UNESCO de Educação do Campo. A ENFF também mantém convênio com mais de 15 escolas de formação em outros países.

Fóruns de EJA do Brasil

Representante Indicado: Educando de EJA do Proeja, no IFG Campus Goiânia, do curso Informática para internet – Ademildo Teixeira Sobrinho

O primeiro Fórum de Educação de Jovens e Adultos, criado no Estado do Rio de Janeiro, em 1996, foi o pioneiro de um movimento social que tem lutado continuamente em busca de permanência, qualidade social e políticas públicas que garantam o direito à educação de jovens e adultos (EJA), e fortalecê-la como modalidade educativa. Sua história tem início com a convocação da UNESCO para a organização de reuniões locais e nacionais preparatórias à V Conferência Internacional sobre Educação de Adultos, que aconteceu em Hamburgo, Alemanha, em julho de 1997.

A partir de então os Fóruns se consolidaram por todo o país e com as mais diferentes características, que em meio aos variantes constitutivos, se mobilizam para a construção de uma EJA com qualidade social. Trata-se de um movimento social coletivo, complexo e plural, na luta contínua e permanente em prol da Educação de Jovens e Adultos por todo o Brasil.

GEERGE – Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero

Representante Indicado: Dagmar Estermann Meyer – UFRGS

Jane Felipe de Souza – UFRGS

Rosângela Rodrigues Soares

A partir do final dos anos 70 uma ampla e complexa produção acadêmica sobre as relações de gênero foi sendo veiculada, em especial quando se buscava analisar e compreender questões sociais e educacionais. Estudiosas e pesquisadoras de várias nacionalidades e filiações teóricas e disciplinares participaram da construção desse campo.

O movimento que, do ponto de vista acadêmico, surgiu com os departamentos de Women Studies e que, posteriormente, se ampliou para os Gender Studies, multiplicou-se, em muitas instituições, e serviu como impulsionador de uma ampla gama de pesquisas que passou a interrogar, a partir da perspectiva do gênero, distintos campos – a Educação, a História, o Direito, a Literatura, a Arte, a Saúde, a Teologia, etc. Atestam o reconhecimento internacional da área os vários departamentos de universidades norte-americanas, mexicanas, inglesas, alemãs, australianas e de outros países centrados na temática; as inúmeras revistas dedicadas à área; a sempre crescente expansão de publicações nessa rubrica constantes dos catálogos das editoras; a multiplicidade de eventos, congressos e encontros voltados para o debate específico; a alocação, pelas fundações e instituições financiadoras, de bolsas e de incentivos diretos à investigação na área.

A partir desse contexto de efervescência teórica, surgiu O GEERGE – Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero –, criado pela profª Guacira Lopes Louro em 1990, constituindo-se em um grupo de docentes e estudantes ligados ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio-Grande do Sul – Brasil, que se dedica a atividades de investigação, ensino e extensão. Gênero, sexualidade, raça/cor, etnia, classe, religião, nacionalidade, geração, em articulação com a Educação constituem-se no foco de atuação do grupo desde então.

IPÊ – Instituto de Pesquisa Ecológica 

Representante Indicado: Vice-Presidente do IPÊ – Claudio Valladares Padua

A fundação oficial foi em 1992, mas o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas começou sua história muito antes dessa data.

Em 1978, aos 30 anos, Claudio Padua deixou para trás a carreira bem sucedida de diretor administrativo no Rio de Janeiro para se dedicar exclusivamente à Biologia. A mudança radical de vida incluiu sua esposa, Suzana Pádua, e seus três filhos. A família mudou-se para o Pontal do Paranapanema (extremo oeste de São Paulo) para que Claudio pudesse realizar as pesquisas com o mico-leão-preto, um dos primatas mais raros e ameaçados de extinção no mundo.

Com o decorrer das pesquisas, foi constatado que, para a conservação efetiva da espécie, seria necessário o apoio dos moradores do entorno da floresta, habitada pelo mico-leão- preto. Começava aí o trabalho de educação ambiental do IPÊ, liderado por Suzana que, ao envolver as comunidades da região, iniciou o processo de conscientização sobre a importância da proteção da natureza. Aos poucos, as pessoas foram compreendendo que a conservação do mico ajudaria não só a conservar da Mata Atlântica, já bastante ameaçada, mas também suas próprias vidas.

Outros pesquisadores e estagiários, que naquela época já acreditavam ser impossível separar conservação de educação ambiental e envolvimento comunitário, uniram-se a Claudio e Suzana para criar o IPÊ, que inicialmente teve sua sede em Piracicaba (SP).

MIEIB – Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil

Representante Indicado: integrante do Movimento Jaqueline Pasuch – Unemat

O Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil – Mieib foi criado no ano de 1999, resultando de articulações entre diversos setores da sociedade brasileira e a mobilização de pessoas e instituições do campo educacional. Constitui-se como uma organização autônoma, sem fins lucrativos, integrada aos diferentes movimentos sociais, de caráter interinstitucional e suprapartidário, historicamente comprometida com a Educação Infantil – primeira etapa da Educação Básica. Nessa perspectiva, o Movimento defende a garantia do acesso a um atendimento de qualidade para todas as crianças de até seis anos de idade, buscando fortalecer esse campo de conhecimentos e de atuação profissional no Brasil (FLORES, 2010). Em sua carta de princípios, o Movimento delimita objetivos condizentes com a importante luta pela democratização da educação brasileira, contribuindo e se envolvendo organicamente na defesa de uma educação pública, gratuita, laica, inclusiva e de qualidade social, sendo esta entendida como um direito de todas as crianças brasileiras. Os objetivos que se expressam na carta de princípios são assim enunciados: “Promover mobilização e articulação nacional no campo da educação infantil, junto aos organismos responsáveis ou representativos do setor no plano nacional; divulgar para a sociedade brasileira uma concepção de educação infantil comprometida com os direitos fundamentais das crianças e com a consciência coletiva sobre a importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento do ser humano” (MIEIB, 1999).

PROEDES – Programa de Estudos e Documentação Educação e Sociedade

Representante Indicado: Fundadora do PROEDES – Maria de Lourdes Favero

O Programa de Estudos e Documentação Educação e Sociedade (PROEDES) surgiu em 1987, a partir de pesquisas então realizadas sobre a organização do acervo da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi). Sua implementação ocorre a partir de 1990, quando avança para se constituir como um Projeto Integrado, após ser submetido e aprovado pelo Conselho de Ensino para Graduados e Pesquisa (CEPG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em 1994, teve seu reconhecimento oficial como Programa, pela Congregação da Faculdade de Educação da UFRJ e, no ano seguinte, pela Coordenação do Centro de Filosofia e Ciências e pelo Conselho de Ensino para Graduados dessa mesma Universidade.

Na década de 2000, o PROEDES amplia o raio de alcance de suas investigações no cenário nacional. Nesse contexto, destaca-se a participação de um expressivo número de pesquisadores no Projeto “Censo de Educação Superior, 2004: análise por estado”, desenvolvido em 2006, como resultado da parceria entre o UNIVERSITAS/Br e o Inep.

Na atualidade, o PROEDES continua a realizar estudos de alcance nacional, agrupadas em duas grandes linhas de pesquisa. A primeira refere-se à construção do pensamento educacional brasileiro, centrando-se na análise de questões diversas, como a origem, as matrizes e as formas como esse pensamento se traduz nas diretrizes políticas e na legislação de planos e programas educacionais. A segunda linha volta-se para a história das instituições educacionais e científicas no país e seus atores, buscando analisar o papel, as contribuições e a importância estratégica dessas instituições nos embates culturais, políticos e ideológicos travados no país, em especial, da década de 1930 aos dias atuais. Busca, assim, caracterizar as relações de poder, mecanismos de dominação e participação, a constituição e funcionamento dessas instituições. Além disso, produz estudos sobre as contribuições inovadoras das instituições educacionais, em termos de concepção de ensino e pesquisa, política educacional, formação de professores, pesquisadores e administradores do campo educacional.

Rede ESTRADO – Brasil – Rede Latino americana de Estudos sobre Trabalho Docente – Brasil – Rede ESTRADO – Brasil

Representantes Indicados:

Coordenadora Geral – Dalila Andrade Oliveira – UFMG

Coordenador no Brasil – Álvaro Moreira Hypólito – UFPel

A Rede Latinoamericana de Estudos Sobre Trabalho Docente foi criada em 1999, no Rio de Janeiro (Brasil), no âmbito do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais, tendo se autonomizado alguns anos depois. O objetivo foi contribuir para maior articulação e consolidação do campo de estudos sobre o trabalho docente, já que por diferentes perspectivas e disciplinas, inúmeros pesquisadores latino-americanos vinham realizando pesquisas em diversas instituições, principalmente universidades, institutos de pesquisas e sindicatos sem, contudo, ter um espaço específico de diálogo entre eles.

Nesses seus quase 16 anos de existência a Rede ESTRADO vem contribuindo para o desenvolvimento do debate político e das investigações sobre o trabalho docente no contexto latino-americano, por meio do intercâmbio entre as pesquisadoras e os pesquisadores e as instituições que a integram. Os intercâmbios incluem pesquisas e publicações conjuntas, listas de correio eletrônico, página web e, especialmente, a organização de seminários nos diferentes países em que se encontra estruturada (Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Paraguai, Peru, México).

SBEM – Sociedade Brasileira de Educação Matemática

Representante Indicado: Presidente da SBEM – Alessandro Jacques Ribeiro – SP (UFABC)

“Desde sua fundação em janeiro de 1988, durante o Segundo Encontro Nacional de Educação Matemática em Maringá, no Paraná, a SBEM vem se organizando para cumprir sua função. No momento atual, além de trabalhar pela consolidação da Educação Matemática como área de conhecimento, a SBEM tem diante de si desafios que demandam respostas urgentes.

“A Sociedade Brasileira de Educação Matemática – SBEM – é uma entidade sem fins lucrativos que reúne profissionais e alunos envolvidos com a área de Educação Matemática. É dessa união em torno de ideais que a área consegue se fortalecer como o tem feito há 25 anos.

A SBEM tem como finalidade ampla buscar meios para desenvolver a formação matemática de todo cidadão de nosso país. Para isso, ela congrega profissionais e alunos envolvidos com a área de Educação Matemática e com áreas afins e procura promover o desenvolvimento desse ramo do conhecimento científico, por meio do estímulo às atividades de pesquisa e de estudos acadêmicos. É também objetivo da SBEM a difusão ampla de informações e de conhecimentos nas inúmeras vertentes da Educação Matemática.”

Sobre Paulo Freire

18-03-15-PAULO FREIRE

 

 

 

 

Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pela sua atuação pedagógica e política expressa em experiências de alfabetização de adultos. Para ele, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa levar as parcelas desfavorecidas da sociedade a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. Uma de suas obras mais conhecidas e traduzidas em várias línguas, se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra.

Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas, que ele qualificou de educação bancária. Nelas, segundo ele, o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil e o saber é visto como uma doação dos que se julgam seus detentores, cuja “tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade”. Em suas próprias palavras: “enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação que defendo tem a intenção de inquietá-los”.

Sua projeção e reconhecimento internacionais se comprovam pelos títulos de Doutor Honoris Causa concedidos por mais de duas dezenas de universidades, assim como pela criação de Institutos e Centros Paulo Freire em mais de três dezenas de cidades, espalhadas pelos quatro quadrantes do mundo, do Chile ao Japão, da África do Sul à Suécia.

Mas muito mais que isto, para quem teve o privilégio de ter algum contato com ele, conheceu o EDUCADOR (com letras maiúsculas), sensível, receptivo, amoroso, com o inabalável compromisso político de estar sempre ao lado daqueles a quem a sociedade moderna nega os direitos básicos de cidadania e que soube como ninguém aliar a sua produção teórica à prática diária.

Paulo não estando entre nós, continua presente pelo que fez e escreveu, e principalmente, pelo que foi, pelo que é e pelo que continuará sendo como figura exemplar de educador.

Nesses tempos tão difíceis e turbulentos, com a cidadania dos oprimidos sendo espicaçada, negada e violentada (inclusive pela força), mais se faz presente a força transformadora dos ideais defendidos por PAULO FREIRE.

Por esta razão, a 37ª Reunião Nacional da ANPEd reedita a Homenagem Paulo Freire, que nesta cerimônia contemplará 12 instituições e entidades indicadas pelo Grupos de Trabalho da associação e pelo FORPRED.